sábado, 2 de julho de 2011

O Criador da aviação

                                                           
                                 Alberto Santos Dumont (Palmira, 20 de julho de 1873 – Guarujá, 23 de julho de 1932) foi um aeronauta, inventor e engenheiro brasileiro, considerado um dos pioneiros da aviação. Herdeiro de uma família de cafeicultores prósperos na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, pôde se dedicar aos estudos da ciência e da mecânica vivendo em Paris. Ao contrário de outros aeronautas da época, deixava suas pesquisas como domínio público e sem registrar patentes.
Santos Dumont projetou, construiu e voou os primeiros balões dirigíveis guiados. Ao fazer isso ele se tornou a primeira pessoa a demonstrar que o vôo controlado era possível. Esta conquista lhe rendeu o Prêmio Deutsch em 19 de outubro de 1901, quando em em um vôo contornou a Torre Eiffel com o seu dirigível nº 6, transformando-se em uma das pessoas mais famosas do mundo durante o século XX.
Além do seu trabalho pioneiro com dirigíveis, Santos Dumont foi o primeiro a decolar a bordo de um avião, impulsionado por um motor aeronáutico e o primeiro a cumprir um circuito pré-estabelecido sob testemunho oficial de especialistas, jornalistas e populares. Em 23 de outubro de 1906, ele voou cerca de 60 metros a uma altura de dois a três metros com seu 14 Bis ou Oiseau de proie’ (francês para “ave de rapina”), no Campo de Bagatelle, em Paris. Menos de um mês depois, em 12 de novembro, repetiu o feito e, diante de uma multidão de testemunhas, percorreu 220 metros a uma altura de 6 metros. O vôo do 14-Bis foi o primeiro verificado pelo Aeroclube da França de um aparelho mais pesado que o ar, e possivelmente a primeira demonstração pública de um veículo levantando vôo por seus próprios meios, sem a necessidade de uma rampa para lançamento.
Apesar de a maioria dos países do mundo considerar os Irmãos Wright como os inventores do avião, por uma decolagem ocorrida em 17 de dezembro de 1903, com o uso de uma catapulta, o 14-Bis teve uma decolagem auto-propulsada, e por isso, Santos Dumont é considerado em seu país de origem, o Brasil e em alguns países, como a França, como o “Pai da Aviação”.
Biografia
QUANDO TUDO ACONTECEU…
1873: Em Cabangu, Minas Gerais, em 20 de Julho, nasce Alberto Santos-Dumont, neto do joalheiro francês François Dumont que viera em meados do século para o Brasil. – 1891: Henrique Dumont, pai de Alberto, vai com a família para Paris. -
1897: Santos-Dumont encomenda a construção de um aeróstato no qual, pela primeira vez, consegue elevar-se nos ares. – 1898: Santos-Dumont faz dezenas de ascensões em balão. – 1899: Alberto constrói o Santos-Dumont n.º 4. – 1901: Santos-Dumont contorna a Torre Eiffel, conquistando o prémio instituído para quem cometesse a proeza pela primeira vez. – 1904: Publica o seu livro Dans l’air. – 1906: Em 23 de Outubro, sobe no seu aeroplano 14-Bis. – 1909: Santos-Dumont atinge num aeroplano os 77 km por hora. – 1910: Devido a doença, o aviador brasileiro dá a sua carreira de pioneiro da aviação como encerrada. – 1918: Publica o livro O Que Eu Vi e o Que Nós Vemos. – 1932: Morre na cidade de Guarujá.
URUBU VOA? HOMEM VOA?
Nas tardes quentes da fazenda do engenheiro Dumont, em Ribeirão Preto, São Paulo, os meninos brincam. Estamos no princípio dos anos oitenta do século XIX. Na Rússia, o czar Alexandre II. foi assassinado, sucedendo-lhe Alexandre III, e Dostoievski escreve Os Irmãos Karamazov. O reino da Sérvia é proclamado e a Itália junta-se à Alemanha e à Áustria na Tríplice Aliança. Wagner compõe o Parsifal, morrendo dois anos depois. Marx morre também. A linotipia é inventada. No Brasil, reina o imperador Pedro II, há ainda feridas e soam os ecos da vitória sobre o Paraguai na última das guerras platinas, os mações e os republicanos conspiram, a abolição da escravatura divide a sociedade brasileira. Já em 1871 a Lei do Ventre Livre viera libertar os filhos de escravos nascidos a partir desse ano. O caminho-de-ferro vai abrindo novas comunicações, as indústrias surgem pelo país, há conflitos entre o Estado e a Igreja. Tudo isto são coisas que interessam muito ao engenheiro Dumont e aos amigos que aos serões se reúnem na fazenda e discutem estes temas com ar grave, cofiando bigodes, alisando barbas, bebendo um cordial e fumando olorosos charutos. Os jornais de São Paulo todos os dias renovam ou reacendem os assuntos.
Porém, nenhum destes importantes acontecimentos preocupa os meninos que brincam na varanda da fazenda. Estão a jogar ao jogo das prendas. Um deles pergunta: – Voa o gato? Todos gritam: – Não! – Voa o urubu? Levantam os braços: Voa! Voa o carcará? – Voa! – Voa o homem? Todos menos um gritam: – Não! Alberto, um dos filhos do engenheiro, levanta os braços e grita: Voa! Risadas dos irmãos e dos outros meninos. Alberto tem de pagar uma prenda. Ri-se com os outros, mas teima: – Um dia, o homem há-de voar!
O seu mestre Júlio Verne diz-lhe que sim, que o homem voa. Sua irmã Virgínia ensinou-o a ler. Frequenta agora o Colégio, mas todos os tempos livres são passados a devorar as páginas de Cinco Semanas em Balão, de Da Terra à Lua, de Vinte Mil Léguas Submarinas ou da Volta ao Mundo em Oitenta Dias. Phileas Fogg ou o Capitão Nemo são personagens com quem convive no seu dia-a-dia. Nas páginas de Verne, o homem voa já, até mesmo para fora do planeta. Alberto sabe que não faltará muito para que nos céus da realidade o homem voe também.
Na fazenda, Alberto observa as máquinas. As lavadeiras, o descascador, o separador, o ensacador onde o café faz o seu percurso desde a plantação até aos sacos em que seguirá nos vagões do caminho-de-ferro. Vendo as pesadas locomotivas a vapor, conclui que nunca será com máquinas assim que o homem poderá voar. À mente do jovem sonhador acorrem as lendas de Dédalo, Ícaro e Ariel, a história de Olivier de Malmesbury, o monge inglês que, no século XI, construiu um par de asas e com elas se lançou do alto de uma torre, quebrando as pernas, os desenhos de Leonardo da Vinci sobre as estrutura das asas dos pássaros, os músculos que as movem, a função das penas, a tentativa de Bartolomeu de Gusmão que, em 1709, se eleva a 200 pés de altura nos céus de Lisboa, perante a pasmada corte de D. João V, na sua Passarola, ou a «máquina de andar pelos ares», como também lhe chamava, as experiências dos irmãos Montgolfier, a morte de Pilâtre de Rozier ao tentar atravessar a Mancha em balão… Uma das suas brincadeiras favoritas é a de lançar papagaios e de correr, segurando a corda, fazendo-os voar. Nas noites de São João, ele e outros meninos constróem balões de papel. Quando os soltam, fica a vê-los perder-se no céu escuro, uma pequena e luminosa mancha colorida, que o ar quente da mecha faz subir. Em 1888, ano em que a escravatura é abolida no Brasil, visita com a família São Paulo. Numa feira vê, deslumbrado, pela primeira vez um homem voar: um acrobata estrangeiro sobe num balão e lança-se depois em pára-quedas.
SUBITAMENTE, PARIS
1891. Ao percorrer a fazenda, o engenheiro Dumont dá uma terrível queda do cavalo. Fica com as pernas paralisadas. Vende a propriedade e volta a Paris, à cidade de seu pai e onde estudara e se formara na École Centrale des Arts et Métiers. Alberto vai fazer dezoito anos e Paris deslumbra-o. Com o pai vai visitar a Exposição do Palácio das Indústrias. É aí que, pela primeira vez, vê um motor de combustão interna. Irá dizer mais tarde: «Qual não foi o meu espanto quando vi pela primeira vez um motor a petróleo, da força de um cavalo, muito compacto e leve, em comparação aos que eu conhecia… funcionando! Parei diante dele, como que pregado pelo destino». Maravilhas como aquela andam já pelas ruas, dentro dos raros automóveis que circulam. Alberto compra um Peugeot. Regressa ao Brasil e o seu carro, percorrendo São Paulo, é um dos primeiros que chegam ao Brasil. Quando passeia nele, o fumo, o ruído desengonçado do motor, o cheiro do combustível queimado, as buzinadelas, causam sensação – tudo pára para ver passar o automóvel. Porém para o jovem Alberto o automóvel é mais do que uma frívola excentricidade de menino rico. Entende que naquele motor, bem mais leve que o das locomotivas a vapor, poderá estar a solução para o problema que lhe ocupa a mente: a criação de uma máquina que permita finalmente ao homem voar. Pede ao pai que o deixe regressar a França. O velho engenheiro não só anui, como resolve doar dois terços da sua fortuna aos filhos. Vai ainda mais longe: concede a emancipação jurídica a Alberto antes mesmo de ele completar os dezoito anos. Diz-lhe: «- Hoje dei-lhe a liberdade. Aqui está mais este capital. Tenho ainda alguns anos de vida: quero ver como você se porta». E faz-lhe as naturais recomendações de prudência, dando-lhe conselhos sobre a maneira de economizar a fortuna que agora recebe. Não vá ele em algumas horas gastar o rendimento que, bem governado, poderá permitir-lhe viver durante um ano.
UMA DOENÇA CHAMADA AERITE
Quando chega a Paris, com a ajuda dos primos franceses, procura um professor. Encontra-o na pessoa do Sr. Garcia, um «respeitável preceptor de origem espanhola que sabia tudo». Com ele, Alberto estuda durante diversos anos. Nos livros encontra o nome dos franceses que se ocupam de temas aeronáuticos. Recorrendo ao Anuário Bottin, vai-os localizando. Alguns desinteressaram-se da matéria e outros estão assustados com os custos das investigações ou com os perigos das ascensões. Um deles, porém, mantém-se em actividade e pede-lhe 1000 francos para o levar numa subida, com a condição de Dumont se responsabilizar pelos estragos que o balão provoque ao pousar em terra. É uma condição perigosa, pois Alberto sabe que o balonista derrubou já a chaminé de uma fábrica e, de outra vez, desceu em cima da casa de um camponês, incendiando-a quando o gás do balão entrou em contacto com a chaminé. Lembra-se das recomendações do pai sobre sobriedade e economia. Não faz a ascensão. Sente-se desanimado.
Nos anos seguintes estuda e viaja com frequência. Está atento às novidades e é no Rio de Janeiro que recebe um livro onde o engenheiro Lachambre descreve um balão por si construído. Alberto volta a Paris e procura Lachambre. Este mostra-lhe um pequeno balão que concebeu e pede-lhe 250 francos pela ascensão. Garante-lhe que não há perigo e que o aeronauta, um sobrinho seu, é cuidadoso, pois subiu dezenas de vezes e nunca provocou estragos. Alberto sente-se novamente encorajado. Marca a subida para o dia seguinte.
«Fiquei estupefacto diante do panorama de Paris visto de grande altura; nos arredores, campos cobertos de neve… Era Inverno.»…«Durante toda a viagem acompanhei a viagem do piloto; compreendia perfeitamente a razão de tudo quanto ele fazia. Pareceu-me que nasci mesmo para a aeronáutica. Tudo se me apresentava muito simples e muito fácil; não senti nem vertigem, nem medo.» «E tinha subido!». Como ele diz, sofre de aerite, «doença» que nunca mais o deixará.
Vai agora dividir o seu tempo entre subidas em balão (em 1898 sobe mais de trinta vezes) e as corridas de automóvel em que participa. Substituiu já o seu velho Peugeot por um potente De Dion, o mais rápido da altura: chega a dar a velocidade de 30 km à hora. Encomenda um balão a Lechambre inteiramente desenhado por si: seis metros de diâmetro, invólucro em seda envernizada, capacidade para 113 metros cúbicos de gás, com 14 quilos de peso. A rede que nos balões convencionais chega a pesar 50 quilos, pesa neste menos de dois; a barquinha que, normalmente, pesa 20 quilos, pesa seis… É tão pequeno que cabe numa mala de viagem. Por aqui se vê que se trata de um balão revolucionário. Dumont baptiza-o: Brasil.
O BRASIL NOS CÉUS DE PARIS
Em 4 de Julho de 1898 o balãozinho eleva-se nos ares e, passados alguns meses, atravessa Paris, leve e transparente como uma bola de sabão. Os parisienses assistem surpreendidos e maravilhados ao espectáculo. Santos-Dumont torna-se famoso, tema de todas as conversas. Aquele brasileiro pequeno e franzino, com o seu chapeirão desabado, voa sobre o céu de Paris. O seu chapéu, a sua maneira de vestir, transformam-se em moda e os prémios que ele institui atraem multidões.
É agora altura de passar à fase seguinte: vai combinar um balão com um motor de explosão. Nasce assim o Santos-Dumont n.º 1. Em Setembro de 1898 leva o seu balão para o Jardin de l’Acclimatation. O balão eleva-se, mas vai colidir com as árvores do jardim. O inventor não desanima e dias depois tenta novamente. Desta vez, o balão sobe e tudo corre bem, menos a descida: o invólucro está em perigo de ser destruído. A «guide rope» roça já o solo e lembrando-se das brincadeiras com os amigos em Ribeirão Preto, Alberto grita para uns meninos que assistem para que puxem a corda como se quisessem fazer erguer um papagaio. O balão evita no último momento as árvores e vem pousar suavemente. Em 1900, subindo numa praça de Nice, apercebe-se de que as correntes aéreas o estão a arrastar na direcção do mar; solta lastro, tentando ganhar altura e apanhar outra corrente, e larga gás do invólucro para descer. Porém, o balão perde volume, mas não desce, pois tinha ido parar ao centro de uma forte corrente ascendente. Sobe a mais de 3000 metros e a corrente dissipa-se, mas entra numa área de tempestade. As árvores parecem correr vertiginosamente e a barquinha bate nos ramos. Por fim, a corda prende-se numa árvore e o balão cai. Projectado para o solo, Alberto desmaia. Outra vez ainda, no norte de França, sobe ao entardecer e depressa se vê perdido no meio de uma tempestade. A noite caiu já e a escuridão só é interrompida pelos relâmpagos. Se algum deles atinge o balão é o fim. Navega toda a noite na escuridão, transportado a grande velocidade pela força do vento. De madrugada, a tempestade amaina e ele pode pousar. Está na Bélgica.

FINALMENTE, O SUCESSO
As aventuras e desventuras do «brasileiro voador» tornam-no numa figura conhecida de Paris. Mas ele não se deixa embriagar pelo sucesso, e vai aperfeiçoando as suas máquinas. O Santos-Dumont n.º 2 é maior, tem a forma de um charuto e dispõe de um ventilador de alumínio que mantém inalterável a forma do invólucro. Acaba destruído por ter chocado contra árvores. O n.º 3 tem uma forma cilíndrica e nele o hidrogénio é substituído por gás de iluminação. É com ele que Santos-Dumont realiza aquela que iria descrever como a sua «mais feliz ascensão». Partindo de Vaugirard rumo ao Campo de Marte consegue um controlo absoluto da aeronave, subindo, descendo, descrevendo curvas… Sente que a vitória está próxima. O Santos-Dumont n.º 4 nasce em Saint-Cloud, no hangar e oficina que Alberto ali construíra. Tem um selim e um guiador de bicicleta. O inventor faz nele diversas ascensões em 1900.
UM GRANDE DESAFIO
Entretanto, constituíra-se um Aeroclube em Paris e, numa das suas reuniões, o Sr. Deutsch de la Meurthe, institui um prémio de 100 000 francos a quem for capaz de, dentro dos cinco anos seguintes, partir de Saint-Cloud, dar uma volta completa à Torre Eiffell e voltar ao ponto de partida em menos de 30 minutos. A todos parece impossível tal façanha. A todos não. A quase todos: Santos-Dumont considera a partir de então um ponto de honra ganhar aquele prémio. Porém, os contratempos sucedem-se. Alberto constrói o n.º 4, mas este esmaga-se contra as árvores. Outro acidente destrói o n.º 5. Mas Alberto não desanima e começa a construir o n.º 6. E, a 12 de Outubro de 1901 sobe no n.º 6, dá uma volta completa à Torre Eiffel e regressa a Saint-Cloud. Demorou 31 minutos, mais um do que o regulamento do prémio estabelece como limite. Ovações da multidão e hesitações do júri. Finalmente, o prémio é-lhe entregue pois, embora ainda no ar, atravessou a linha de chegada dentro do tempo. Santos-Dumont reparte o valor do prémio com técnicos e auxiliares e o que resta é distribuído por operários desempregados.
O êxito internacional chega por fim. É homenageado em Londres num banquete do Royal Aero Club. O príncipe do Mónaco convida-o a construir um hangar e uma oficina no principado. Eugénia de Montijo, a viúva de Napoleão III visita-o. O governo francês contrata-o para construir o primeiro aeródromo do mundo em Neuillly. O inventor concebe o Santos-Dumont n.º 7 e, a seguir, o n.º 9 (detesta o número oito e, por isso, salta-o). O n.º 9, a Balladeuse, fica famoso. É o meio de transporte pessoal de Santos-Dumont – nele, desloca-se em Paris, visita amigos, vai a almoços e a reuniões… Torna-se familiar nos céus de Paris. Uma vez, os parisienses vêem, preocupados, a aeronave perder altura. Será que vai estatelar-se? Não. Pousa suavemente na rua. Alberto sai, impecavelmente vestido, entra num bar e pede um café. E os modelos sucedem-se, cada vez mais perfeitos. Em 1905 nasce o n.º 14. E, logo após, o célebre 14-Bis. O 14-Bis é já um aeroplano, dotado de um motor a gasolina. A princípio eleva-se rebocado pelo n.º 14 e daí o seu nome. Depois, Dumont atrela-o a um burro que, fustigado, corre pela pista, até que o aeroplano sobe. Mais uma vez, recorre à sua experiência infantil dos papagaios de papel. Em 1906, ainda no 14-Bis, ganha os prémios do Aeroclube e Archdeacon. É considerado o pai da aviação, embora outros, tais como os americanos irmãos Wright, reivindiquem também essa glória.
A fase dos balões passou. Agora já só constrói aviões. Depois do pioneiro 14-Bis, o Demoiselle, leve e elegante, encanta os parisienses com as suas acrobacias e atinge a «inconcebível» velocidade 77 km horários. O exemplo de Santos-Dumont frutifica: em 1909, Blériot atravessa o canal da mancha. Em todos os países civilizados se constróem fábricas, hangares pistas. Estabelecem-se linhas postais e de passageiros. E os militares não dormem…
A MORTE PASSA A TER ASAS
Quando, em 1914, se desencadeia a Primeira Grande Guerra uma nova panóplia de armas vai surgindo: submarinos, gases tóxicos, carros blindados, balas explosivas e aviões. As potências deitam mão de todos os meios de destruição que têm ao alcance das mentes perversas dos dirigentes políticos e militares. Invenções concebidas para fins pacíficos, são convertidas em máquinas de morte. Quando a guerra acaba, há dez milhões de soldados mortos, cidades destruídas, milhões de civis mortos ou sem lar.
Entretanto, Santos-Dumont, devido a doença, é obrigado, desde 1910, a abdicar dos seus voos sem, no entanto, se desligar da aviação. Assiste horrorizado à transformação do seu invento em mais um recurso do Apocalipse. Lança um apelo às potências beligerantes para que seja proibido o armamento aéreo. Sem qualquer resultado. Sempre que tem conhecimento de um bombardeamento aéreo, de um combate entre aviões ou mesmo de um acidente, cai em depressão profunda. A sua ideia não era esta…
Compra então um terreno em Petrópolis, perto do Rio, e aí constrói uma casa provida de diversas comodidades que antecipam alguns dos electrodomésticos actuais. Chama-lhe Encantada. Aí escreve um livro, O Que Eu Vi, o Que Nós Veremos. Procura dar uma ajuda ao governo brasileiro, dando conselhos sobre a construção de aeroportos, a formação de pilotos e a construção de aviões.
Em 1922 volta a Paris. É convidado para presidir ao banquete de homenagem a Charles Lindbergh que atravessou o Atlântico Norte, mas a doença impede-o. Em 1928 volta de novo ao Brasil. Continuam as homenagens: a Legião de Honra francesa, um lugar na Academia Brasileira de Letras (que não ocupa). Indiferente a tudo, Santos-Dumont ignora honrarias e nem sequer regista as patentes das suas múltiplas invenções. A depressão ataca-o cada vez mais. Sente-se responsável por todos os acidentes aéreos, pelo aproveitamento militar do seu esforço científico, por tudo o que de mau a aviação significa. Com menos de sessenta anos é um velho doente e taciturno.
O ÚLTIMO PAPAGAIO
Desde 1930, seguindo o exemplo da Europa, onde na Alemanha, em Itália, em Portugal, regimes de extrema direita vão tomando o poder, o Brasil é também governado por uma ditadura, o chamado «Estado Novo» de Getúlio Vargas. Em 1931, Santos-Dumont, cada vez mais doente física e psiquicamente, regressa de França e instala-se próximo de São Paulo, rodeado de cuidados pelos familiares. Parece melhorar, faz pequenos passeios, frequenta a Hípica Paulista e o Clube Atlético Paulistano, visita a redacção de O Estado Paulista.
Em 9 de Julho, desencadeia-se um movimento constitucionalista em São Paulo. Diversas forças políticas procuram restabelecer a normalidade democrática sufocada pela ditadura getulista. Santos-Dumont entusiasma-se. Está na praia do Guarujá a convalescer. Redige um manifesto aos mineiros incitando-os a porem-se ao lado dos paulistas. Mas o governo de Getúlio Vargas vai reprimir brutalmente o movimento. Na manhã de 23 Alberto veio até à praia e ajuda um menino a elevar o seu colorido papagaio de papel. Corrigido o peso da cauda, endireitada uma cana da estrutura, o papagaio sobe orgulhoso nos ares. O menino exulta e bate palmas. Dumont sorri ternamente e olha os céus. Nessa altura ouve-se um ruído crescente e na linha de horizonte cresce uma esquadrilha aérea. São aviões federais que vão bombardear um cruzador paulista ancorado em Santos. Brasileiros matam brasileiros servindo-se de uma máquina que ele inventou e foi aperfeiçoando, passo a passo, com tanto amor e ilusão…
Vai para casa e suicida-se nessa noite.
FRASES DE SANTOS DUMONT:
“No começo deste século, nós, os fundadores da Aeronáutica, havíamos sonhado com um futuro pacífico e grandioso para ela. Mas a guerra veio, apoderou-se de nossos trabalhos e, com todos os seus horrores, aterrorizou a humanidade. “
“Inventar é imaginar o que ninguém pensou; é acreditar no que ninguém jurou; é arriscar o que ninguém ousou; é realizar o que ninguém tentou. Inventar é transcender. “
“As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso.”
“Nem todo bom aluno é bom professor. “

Poder aéreo do Brasil

Ola galera, em conjunto com o tópico de nosso companheiro "Gunitz danubia" - sobre os caças da FAB e da Marinha, estou tomando a iniciativa de postar o Apoio militar Brasileiro, tanto de patrulhamento aéreo, suporte.
Lembrando que a força aérea Brasileira atua significamente para ajudar a populaçao mais necessitada da Amazônia pousando com seus aviões C-115 Bufalo, que estão aos poucos sendo substituidos pelos modelos Casa C-105:

CASA C-105A Amazonas 
E ira adquirir mais 3 aviões no total de 12:: Casa C-295 C-105A :: 




Estas aéronaves pela sua envergadura tem a possibilidade de pousar em pistas de terras que são de poucos kilometros da Amazônia. Assim ajudando a população indigena, e outros vilarejos.

Família Embraer

Frota atual:
Embraer EMB-110 Bandeirante C-95 76 
Embraer EMB-111 Bandeirulha P-95 19 
Embraer EMB-120 Brasília VC-97 16 
Embraer EMB-121 Xingu VU-9 6
Embraer EMB-135 3 
Embraer ERJ-145 C-99A 6 
Embraer EMB-145 AEW&C R-99A 5 
Embraer EMB-145 RS/AGS R-99B 3 
Embraer EMB-810 Seneca II e III U-7/A 6 



Esse aparelho ai em cima, é o Emb-145 AEW&C R-99A Com radar da Ericssom, de patrulhamento de AltaTecnologia.

Os Embraer EMb-312a também patrulham o espaço aéreo BR.

Boeing 707 KC-137 4 

Efetuam operações de IFR (abastecimento aéreo), alguns equipados com radares (versão / 36-CC ).



Boeing 737 (antigo avião presidencial)

Utilizado para transportar a alta cúpola brasileira, oficiais, tenentes....



Airbus A 319 ACJ VC-1A 1 

O Airbus VC-1A, FAB 2101, também chamado de Santos Dumont, é o novo avião presidencial do GTE. É uma aeronave subsônica, de longo alcance, equipada com dois motores turbofan



Hércules C-130 

O Lockheed C-130 Hércules é o mais versátil avião de carga em sua classe. Encomendado em 1951 pela Força Aérea dos Estados Unidos, é utilizado em todo o mundo. Tornou-se uma das lendas da Aviação atual. Empregado no Vietnã como Transporte Aéreo -e principalmente como canhoneira aérea, utilizando quatro miniguns de 7.62 mm, para saturação de área- , o C-130 tirou de apuros, em diversas ocasiões, as tropas terrestres americanas. 
No Brasil, o C-130 é chamado carinhosamente por seus pilotos de "O Gordo" sendo responsável por inúmeras missões, que vão do Lançamento de Pára-quedistas ao Reabastecimento em Vôo, passando por missões de Busca e Salvamento e de Transporte Aéreo. Os C-130 da FAB fazem constantes viagens internacionais de Ressuprimento Aéreo, além de vôos especiais à Amazônia ou à Antártida. Na Guerra das Malvinas, todos os vôos de ataque da aviação argentina foram reabastecidos pelos C-130 sem registro de qualquer problema.

Sras. e Srs., El Gordo!!!




BAe 125-400 [2] VU-93 3 aeronaves.


Apesar de ser um avião cujo design data da década de 50, o HS-125 vem fazendo tanto sucesso que continua a ser produzido até hoje, e em modelos cada vez melhores. Na FAB, ele opera em duas versões básicas, seja no transporte de autoridades, integrando o GTE (Grupo de Transporte Especial), seja no GEIV (Grupo Especial de Inspeção em Vôo), cuja missão é inspecionar e aferir os instrumentos de auxílio à navegação aérea
Mesma operaçao para o Hawker 800XP[2] EU-93A 4 eronaves.

Os Helicopteros.

Sikorsky UH-60 Black Hawk H-60L 6[3] 
Eurocopter Ecureuil UH-50/VH-55 25/03 
Bell UH-1H H-1H 41 
Bell 206B Jet Ranger VH-4B 2

Aviação Militar


A Aviação Militar tem a ver com o uso de uma aeronave e outras máquinas voadoras para conduzir operações de guerra, incluindo a capacidade de carga para providenciar logística de fornecimento de material ás forças estacionadas no teatro de guerra ou ao longo da linha da frente. O Poder Aéreo inclui os meios nacionais para conduzir acções de combate e de intercepção.

A grande variedade de aviões militares incluem bombardeiros, caças, caças-bombardeiros, aviões de transporte, treino, e de reconhecimento. Estes vários tipos de aviões permitem realizar uma grande variedade de objectivos. Muita tecnologia apoia as tripulações na obtenção de resultados nunca alcançáveis por meios puramente humanos. Estas máquinas podem ter como missão, localizar, marcar, e destruir alvos.

Origens


O primeiro avião usado para fins militares foi na Guerra Italo-Turca no Líbano. Esses aviões foram usados primáriamente para reconhecimento. Desde então, o avião tem sido utilizado nas mais variadas missões. As últimas duas décadas foram caracterizadas pelos incríveis avanços na electrónica, tecnologia invisível(stealth), e sistemas de armas ofensivas e defensivas. Hoje a Força Aérea é a primeira linha de defesa contra qualquer ataque na guerra tecnológica. São também o primeiro contacto com inimigo.

Tipos de Aviões Militares



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Os Bombardeiros
 são típicamente, mais largos, pesados, e menos manobráveisdo que um caça de combate. Eles são acaoazes de carregar uma grande carga de armas. São usados para ataques ao solo e não são suficientemente rápidos ou ágeis para combater os caças inimigos. A maioria requere pelo menos dois membros de tripulação para operar. Alguns bombardeiros tem capacidades stealth para mantê-los invisíveis aos radares inimigos.
gripen_fighter.jpgOs Caças são rápidos, altamente manobráveis, e capazes de destruír aviões inimigos e alvos no solo. Estão vocacionados para o combate aéreo, ofensivo e defensivo. Escoltando bombardeiros ou outro avião que não seja de combate. Estão preparados para transportar um grande número de armas, incluíndo metrelhadoras, canhões, rockets, misseis guiados, e bombas, dependendo da missão. Podem também ser usados para apoio para as tropas no terreno. Alguns caças , podem ser chamados caças-bombardeiros, e podem ser usados para transportar armas convencionais e nucleares bem longe atrás das linhas inimigas para atacar alvos prioritarios no solo. Muitos caças podem atacar caças inimigos a partir de uma grande distância, bem antes que o inimigo o detecte.
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SR-71 Blackbird

Aviões de Reconhecimento
 tem por missão acções de recolha de informação. Estão equipados com equipamento fotográfico, infra-vermelhos, radar, e sensores de televisão. Este avião pode ser especialmente desenhado ou modificado a partir de caça ou bombardeiro. Alguns estão equipados com equipamento especial electrónico para detecção de submarinos, tais como o sonar, e outros tem equimamento de aviso de aproximação inimiga. O avião de reconhecimento mais rápido é o SR-71 Blackbird, o qual é um avião espião tormado obsoleto pela imagem de satélite.

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Hercules C-130

Aviões de Transporte e Abastecimento são usados na função de transporte de tropas e abastecimentos. A carga pode ser em paletes, as quais são carregadas em segurança, e rápidamente entregues no teatro de operações. Pode também entregar a carga em pára-quedas, eleminando assim assim necessidade de aterrar. O reabastecimento de combústivel em voo pode abastecer os caças, bombardeiros, e helicópteros. Isto significa que um avião pode ir a qualquer ponto do globo sem ter que aterrar uma vez.

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EH101 Merlin português

Os Helicópteros podem ser usados no transporte de tropas, ataque a alvos, apoio, entrega de mantimentos, busca e salvavento. A capacidade de manobra destas aeronaves dão-lhe a possibilidade de chegar a lugares onde um avião não pode chegar.

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X43

Os Aviões Experimentais são desenhados para testar a aerodinâmica, a estrutura, aviónica, ou conceitos de propulsão. Estão bem equipados, com uma grande performance em recolha de dados para estações localizadas no solo que verificam todos os seus movimentos e comportamentos enquanto voam.

Hoje, os constructores de aviões tendem em desenhar aviões com capacidades para desmpenho múltiplo, com qualidades de bombardeiro e caça, tornando estas distinções relativamente obsoletas para um novo avião.

Forças Aéreas


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Onde existem, as Forças Aéreas são geralmente usadas com a função de defesa aérea de um país, assim como bombardeamento estratégico, ataque ao solo e transporte. A Maioria da forças aéreas tem na sua grande maioria aeronaves de asa fixa. As operações da força aérea também podem incluir, quando existe, operações no Espaço, tais como de reconhecimento ou operações de satélites. O aparelho militar pode ter um ramo dedicado á aviação(uma força aérea) ou pode distribuir a aviação pelos outros ramos tais como o Exército e a Marinha.

Antonov An-225, o maior avião do mundo

Há pouco tempo escrevi um post sobre o menor avião pilotado do mundo, o Cricri, e o maior aeromodelo controlado à distância do mundo, uma réplica do bombardeiro B-29produzido por um grupo de belgas com mania de grandeza. Agora apresento o incrívelAntonov An-225 Mryia (Sonho em ucraniano), o maior avião do mundo, um colosso produzido originalmente na Ucrânia em 1988, na extinta União Soviética. A finalidade do Mryia era o transporte do ônibus espacial russo, o Buran, e outras cargas para o programa espacial daquele país. 

A aeronave, cuja produção foi de apenas duas unidades (uma está incompleta e nem voou, mas pode entrar em serviço em 2008), tem uma envergadura de 88,4 metros, comprimento de 84 metros (11 a mais do que o Airbus A-380), seis turbinas e um compartimento de carga com capacidade de abrigar 80 automóveis. Ela pesa cerca de 600 toneladas, pode transportar 250 toneladas e se fosse um avião de passageiros, acomodaria 1.500 pessoas. A velocidade máxima do 225 é de 800 km/h e ele conta com 32 rodas em seus trens de aterrissagem, sendo que 28 delas ficam localizadas bem na barriga do avião. Espero poder ver este bichão de perto algum dia.


Espaço suficiente para transportar turbinas, aviões, baleias e para fazer uma bela de uma festa!


As dimensões do Antonov 225 comparadas com as do Airbus A380-800, do Boeing 747-8 Intercontinental e do lendário Hughes H-4 Spruce Goose